quarta-feira, 27 de maio de 2009

Um pouco de Design...


O Salão Internacional do Móvel transforma Milão numa passarela de projetos, ideias e protótipos. Arquitetos suíços participam do Salão, o Fora do Salão e o Euroluce com os seus fachos de luz que se acendem duas vezes por ano.

Designers do mundo inteiro usam este fértil momento para mostrar ao mundo as versões modernas para as criações clássicas, tradicionais, além de produzir muito material a partir dos restos.

Os espaços nobres da cidade se transformam em verdadeiras usinas da criações arquitetônica e artísticas . O Centro Cultural da Suíça recebeu a homenagem ao grande arquiteto helvético Hannes Wettstein, morto no ano passado, com apenas 50 anos. Os colaboradores de uma vida tentam levar adiante a principal bandeira do mestre: repensar os objetos do cotidiano, valorizar ao extremo o essencial dos produtos e sua qualidade sem sacrificar a beleza.

Uma atmosfera mágica envolve o espaço das instalações. Ela representa o mergulho na matéria. No caso, é a madeira. Ripas em estado bruto servem de divisórias e de introdução para a sala repleta de mil e um jogos e desenhos. O chão coberto de serragem e lascas de madeira calcam os passos dos visitantes. E para marcar a passagem do tempo e do processo de transformação da árvore em objeto, os braços das cadeiras abrem e fecham, como se fossem um relógio de parede dando as badaladas das horas.

Ambiente da floresta

A sala tem uma iluminação difusa, com gelo seco dando a ilusão das brumas do bosque, além de um leve perfume de pinho e os sons dos animais invisíveis da floresta. Mimetizadas no sugestivo ambiente elas parecem levar uma existência discreta, nas sombras.

A visibilidade não atinge os cinco metros e para vê-la é necessário se aproximar quase como uma referência. Se caminha até encontrar uma grande escultura feita com cadeiras abandonadas. Braços e pernas, assentos e encostos de madeira, amarrados entre si ganham vida e novas formas.

Elas se transformam numa área de reflexão e de serenidade. Quem a visita repousa e recupera o ritmo normal da vida, acertando o relógio biológico com aquele da natureza, bem diferente do ritmo frenético de milhares de compradores, decoradores, arquitetos e estudantes ávidos pelas novidades.

Milhares de compradores

Eles formam um exército estimado em 350 mil pessoas ao longo da feira dando-se batalha na feira de Rho, onde pulsa o coração do Salão. A gigantesca estrutura de aço e vidro acolhe, desta vez, 2000 empresas do setor, um recorde de participações.

Ao redor das marcas afirmadas orbita uma geração de jovens visionários, recém-saídos das universidades. Luc Swen foi buscar no secular Tangram a idéias de criar módulos para recortar o espaco útil da melhor maneira possível. Como um jogo de encaixe, em diferentes formas geométricas, quatro bases e três apoios se encontram e redesenham o ambiente criando poltronas, sofás,camas.

Bem ao lado dele está a produção em high-tec de cadeiras com fibra de carbono. Elas foram elaboradas a partir de estudos do estúdio de design Laisr Design. Levíssimas e de grande resistência elas possuem as juntas do mesmo material, mas comprimido atraves de um processo único. Pintadas ou não, elas unem tradição, tecnologia, beleza e funcionalidade em cada uma das quatro pernas da peca.

Outros estúdios

Um pouco mais afastado dos conterrâneos estão outros dois estúdios helvéticos. A dupla Bonna & Rappa apresenta tapetes e pufes feitos com sacos de plástico e de arroz - usado na base do tapete. Eles foram recolhidos por mulheres no Marrocos.

A ponte aérea Suíça-Marrocos tem como conceito principal ajudar as mulheres que vivem nas comunidades mais pobres do país e, ao mesmo tempo, dar um sentido útil à reciclagem de materiais não biodegradáveis.

Outra dupla suíça, Tina Stieger e Annina Gahamiler, do estúdio Pour Les Alpes. A idéia era concretizar as experiências oníricas nas montanhas helvéticas e reinterpreta-las com o auxilio de artesãos dos cantões de Grisões e Appenzell. E conseguiram.

Em uma das pecas, um pedaço de piano aberto ao meio, com o interior completamente refeito e com a superfície serrada na forma de dentes que se encaixam nos lados opostos, abrindo e fechando a caixa. E o perfume de pinho remete aos bosques suíços. Não por acaso o estúdio ganhou o premio Swiss Arts Council do ano passado.

E depois do sucesso do ano anterior, o grupo Postfossil, retorna ao Salão Satélite. Os integrantes realizaram uma simples e bela luminária. Versátil, ela pode ser transformada num envelope de carta. Já as madeiras da cadeira foram fixadas umas nas outras graças a um sistema de fusão chamado "Wood welding", desenvolvido em parceria com Instituto de Ciências Aplicadas na Universidade de Berna.

Algo semelhante é realizado com ripas de madeira que formam uma mesinha de centro. 'Rotation dowill welding", criado com a ajuda da Escola de Tecnologia de Biel, cantão de Berna.

Lustres e lampadários

E no ramo dos lampadários eles não brincam em serviço. Criaram um abajour em lustre de cerâmica translúcida, com pintura a ouro no interior. O metal serve não apenas em ajudar refletir a luz, como causa o mínimo de perda de energia elétrica.

A Euroluce é a mostra bienal do que existe de melhor e mais moderno em termos de lâmpadas. A fronteira de uma termina aonde começa a do outro.

A Itália vai banir as lâmpadas a filamento até 1° de janeiro de 2011.
Apostando na tecnologia dos Leds, a Postfossil trouxe uma lampadinha que funciona com um painel solar como fonte de energia. A ideia é aplicá-las nas estradas como divisórias iluminadas das pistas, sobre as faixas.

Um comentário:

Sandra Barreto disse...

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Bjs.