quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Para você, quantas palavras os cães entendem?!

"Eu vou ensinar 100 palavras ao meu cão" (I'll Teach My Dog 100 Words), diz o garoto na história infantil que leva esse título. Mas ele pode fazer isso? Os donos de cães adoram falar sobre a inteligência canina. Por isso, para eles não chega a ser uma surpresa que pesquisas confirmem que os cães têm uma profunda capacidade mental. Porém, quanto da nossa linguagem os cães realmente compreendem?

Com certeza, a maioria dos cães compreende o básico: "pegue", "sente" e "fique", mas, se você tiver motivação e paciência, provavelmente poderá ensinar ao seu cão até mesmo mais do que 100 palavras. Stanley Coren, um psicólogo que fez uma quantidade significativa de pesquisas sobre a inteligência canina sugere que o cão treinado conhece cerca de 160 palavras [fonte: Coren (em inglês)]. Alguns cães até possuem um vocabulário tão vasto quanto o dos bebês humanos.

Pelo menos desde os anos 70, quando os pesquisadores treinaram com sucesso chimpanzés para usar e ler palavras em uma linguagem de sinais, nós sabemos que a linguagem, em um sentido amplo do termo, não é exclusividade dos humanos. Os animais têm potencial cerebral para compreender a linguagem humana e usar suas próprias linguagens de formas surpreendentemente profundas. Sabemos que os papagaios podem ser treinados para falar palavras humanas. E cães reagem à palavra "passear" abanando o rabo.

A história de Rico

Após ter sido apresentado em um programa de televisão por sua capacidade de compreender 200 palavras, um border collie chamado Rico intrigou alguns pesquisadores no instituto Max Planck. Esses pesquisadores questionavam se poderiam levar Rico a executar alguns experimentos a fim de descobrir até onde poderiam estender sua habilidade com as linguagens. A resposta: surpreendentemente longe.

Em um primeiro momento, os pesquisadores quiseram verificar se Rico, em um ambiente controlado, realmente conhecia 200 palavras. Para isso, eles usaram 10 objetos que Rico conhecia. Ao comando verbal de seu dono, eles pediram para ele pegar um item específico de uma sala separada. Rico se saiu muito bem nessa tarefa, mas os pesquisadores queriam desafiá-lo ainda mais. Em seguida, eles escolheram um novo item, um que Rico nunca havia visto em sua vida, e o colocaram na sala entre os itens familiares. O dono pediu o novo item pelo nome, e eis que Rico trouxe o novo item.

Os pesquisadores executaram esse teste diversas vezes, sempre pedindo um novo item, e viram que Rico, em 70% das vezes, levava o item correto. Isso demonstrou que o cão não apenas tinha um grande vocabulário, mas também sabia como usar o processo de eliminação.

Impressionados, os pesquisadores fizeram com Rico um teste ainda mais difícil. Eles queriam descobrir se o cão poderia lembrar dos itens que aprendeu no experimento depois de apenas uma exposição, um processo chamado de mapeamento rápido, que as crianças são capazes de fazer facilmente. Um mês depois de Rico ter provado suas capacidades de linguagem no laboratório, os pesquisadores o trouxeram de volta. Dessa vez, eles colocaram um dos novos itens (que Rico pegou corretamente no mês anterior) em uma sala com quatro itens familiares e outros quatro não-familiares. Quando o seu dono pediu, Rico conseguiu pegar corretamente o item em 50% das vezes. Embora possa não parecer nada notável, para os pesquisadores foi muito, pois essa taxa de sucesso é comparável à de uma criança de 3 anos.


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