sexta-feira, 14 de agosto de 2009

As doenças cardiovasculares geradas pelo stresse social

O estresse social pode ser um importante precursor de doenças do coração. Um novo estudo, realizado na faculdade de medicina da Universidade Wake Forest, nos EUA, mostrou que o estresse induzido pelo meio social causa maior acúmulo de gordura abdominal, acelerando a formação de placas de gordura nas artérias.

O entupimento das artérias – aterosclerose – é uma das principais causas de doenças cardiovasculares e das mortes decorrentes do problema.

Mais notícias só aqui

O estudo foi publicado na última edição do jornal Obesity e traz importantes considerações sobre a epidemia de obesidade e o risco cardiovascular no mundo moderno.

Na pessoa com sobrepeso ou obesa, grande parte da gordura em excesso é depositada no abdômen. "Esta gordura se comporta de forma diferente à da gordura em outras partes do corpo. E os seus efeitos na saúde são muito mais graves", diz Carol A. Shively, coordenadora do estudo.

Para investigar como o estresse social interfere no desenvolvimento de doenças do coração, a equipe de Shively alimentou fêmeas de macaco com uma dieta contendo gorduras e colesterol. Os animais foram separados em grupo, e assim, naturalmente, estabeleceram uma hierarquia social de dominadores e subordinados. Estes últimos são frequentemente alvo de agressões e muitas vezes são excluídos das atividades do grupo.

Os pesquisadores descobriram que as macacas subordinadas, submetidas ao estresse social, desenvolveram mais gordura visceral (gordura na cavidade abdominal).

O estresse social causado pela subordinação desencadeou a liberação de hormônios que promovem o depósito de gorduras nas vísceras. A gordura abdominal, por sua vez, promove a formação de placas nas artérias.

Segundo Shively, tanto as mulheres quanto as fêmeas de macaco tem uma proteção natural contra as doenças do coração – tipicamente, a mulher desenvolve essas doenças dez anos mais tarde do que os homens. Mas os pesquisadores descobriram que as macacas submetidas ao maior nível de estresse e com mais gordura abdominal também tinham ovários que produziam menos hormônios cardioprotetores.

"Mulheres com deficiência hormonal têm mais aterosclerose e maior risco de doença do coração. Mas a mulher que não está produzindo a quantidade adequada de hormônios pode não saber que isso está acontecendo", diz Shively.

Os pesquisadores perceberam que a baixa produção de hormônios nem sempre diminui os ciclos menstruais. A partir dos resultados do estudo, eles recomendam que, em mulheres obesas ou com estresse elevado, seja feita uma investigação da função ovariana e dos níveis hormonais.

Além disso, Shively diz que os resultados reforçam a importância dos conselhos básicos para manter a saúde do coração: alimentação saudável, atividade física regular e uma boa administração do estresse.

Um comentário:

Ana Luiza disse...

Estudei sobre isso este ano! Adoro essa parte da biologia