terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Observe as "batidas" do seu coração

"Meu coração está acelerado, acho que vai sair pela boca" é a descrição mais ouvida pelos cardiologistas quando um paciente se queixa de palpitações. Palpitação é um termo usado para designar batimentos cardíacos acelerados, que podem se apresentar como taquicardias (mais de 100 batimentos/min), arritmias ou batimentos irregulares.

Existem diversas causas para este sintoma, desde fisiológicas - respostas normais do coração a algum estímulo – até as patológicas, decorrentes de algum problema orgânico.

 

 De uma maneira simples, o coração se utiliza de mecanismos compensatórios para manter a situação sob controle. Estresse físico (exercícios e esforços) e estresse mental (susto, raiva, nervoso e medo) são situações decorrentes do cotidiano que podem provocar essa aceleração dos batimentos cardíacos. No período gestacional também ocorrem instantes onde as palpitações são percebidas pelas mulheres. No entanto, pessoas que "sentem" mesmo que esporadicamente alterações do batimento cardíaco devem procurar atendimento médico, apesar da frequência de ocorrência da palpitação (diária, semanal ou eventual) não ter relação com a gravidade.

 

As palpitações podem traduzir alguma doença cardíaca ou uma situação não-cardíaca, mas que influencia na percepção do batimento cardíaco. Entre elas estão à insuficiência cardíaca descompensada (o coração acelera os batimentos para tentar compensar a deficiência do músculo cardíaco), a desidratação ou algum quadro de hemorragia, onde o coração aumenta a frequência para tentar compensar o fluxo de sangue e volume para o corpo.

 

A base do diagnóstico é o exame clínico, através de exames complementares: sangue, eletrocardiograma, holter (útil para as palpitações diárias), monitor de ventos (útil para palpitações semanais ou eventuais) e teste de esforço (útil para avaliar palpitações aos esforços ou para o diagnóstico de doença arterial coronariana). Raramente as palpitações geram dor, mas pode acontecer. Segundo o cardiologista Carlos Alberto Cyrillo Sellera, diretor-científico da regional de Santos da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), isso ocorre devido à frequência cardíaca aumentada, as artérias coronárias recebem um aporte menor de sangue e consequentemente de oxigênio, podendo assim desencadear a dor.

"Na maioria dos casos, as palpitações são provocadas por estimulantes – cafeína, nicotina e álcool. Além disso, as palpitações podem surgir sob o efeito colateral de certos medicamentos como as anfetaminas, sibutraminas, antidepressivos, descongestionantes nasais e broncodilatadores", diz o cardiologista. De qualquer modo, é importante prestar atenção nos sinais. Quando palpitações são acompanhadas por falta de ar e inchaço nas pernas, pode indicar insuficiência cardíaca, exigindo socorro imediato.

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